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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ordens da natureza, sociedade e economia

Interferir é um vocábulo que serviria para as mais diversas questões, mas vou centrar-me aqui apenas em três (natureza, sociedade e economia) para concluír pela legitimidade da intervenção social.

É tranversal a mitologias e religiões um princípio de não interferência na natureza.(mito do Éden ou o mito de Prometeu, por exemplo)...Sem me afogar em interpretações destas mensagens mitológicas, creio que vai aqui implícita uma descrença na superioridade humana e uma ideia de que o Homem não tem dons para gerir um conhecimento que só a Deus pertence.

De mera contemplação, o periodo da iluminura acabou com esta mentalidade e eis que a natureza passou a ser objecto de estudo, registo e intervenção. Ou seja, a mecânica natural da natureza em estado puro passou a sofrer a intervenção do Homem em função de novos valores morais e éticos, prioridades e satifações previamente definidas pelas necessidades imanentes ao viver terreno. E eis que a revolução industrial nos trouxe electrodomésticos, carros e outras maravilhas, tudo a partir da intervenção na natureza através da química...

Porem, aqueles que, tal como hoje, no arranque da revolução industrial defenderam a intervenção na natureza, opuseram-se desde logo à intervenção da política na ordem natural económica e social. Alegavam aqueles e alegam estes que isso era ir contra um processo mecânico causal em que os mais frugases e parcimoniosos, os mais inteligentes estariam na casta superior e os menos capazes nas castas inferiores...

Esta selecção em função do mérito é justa e natural, concordo...Mas ataquemos o fundamentalismo e para isso me proponho fazer uma pergunta:

Porque é que para interferir na natureza não existem princípios de ordem natural e para interferir na sociedade e na economia já existem princípios invioláveis de ordem natural? - princípios como dar a cada um o que é seu em função dos seus talentos, méritos e outras diferenças que o distinguem?. Ou seja, estas seriam as regras de distribuição social e acesso ao mundo como o são a lei da gravidade.

Portanto, o argumento ultra-liberal de que não se deve interferir na economia e na sociedade porque isso vai contra a ordem natural das coisas não serve...

E a interferir na sociedade e na economia: Como fazê-lo?

Wolfgang

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